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Os jovens produzem - se os deixarem

by - 12:08

O dia-a-dia de uma pessoa é simples: acordar, tomar banho, tomar o pequeno-almoço, ir para o trabalho, almoçar, sair do trabalho, ir para casa, jantar, ver televisão, lavar os dentes e ir dormir. Mais ou menos assim, é aquilo a que chamamos de rotina.

No mercado de trabalho, a rotina é entrar às 9h e sair às 18h, com uma secretária, um computador, um cubículo, um escritório, uma hora de almoço. Durante anos foi assim que o mercado de trabalho se desenvolveu, quando a agricultura e a indústria deram lugar ao mercado dos serviços e dos avanços tecnológicos. A força laboral era composta por pessoas com conhecimentos técnicos que desempenhavam funções simples e complexas de forma mecânica e rápida, de forma a aumentar a produtividade e diminuir os custos.

Contudo, a força laboral mais jovem - apelidada de millenials, pessoas nascidas entre 1980 e 1999 - está a mudar esta realidade. Não só são pessoas com conhecimento técnicos mas também pessoas criativas, com sensibilidade para a polivalência e para o desenvolvimento constante das soft-skills, capacidades essas tão namoradas pelas empresas por permitirem a um indivíduo adaptar-se a qualquer tarefa.

Mas para essas potencialidades se poderem desenvolver, tem de haver um ambiente que fomente esse desenvolvimento - e para os jovens um cubículo não é esse ambiente.

Tal como explicam vários artigos, incluindo este da Forbes, os jovens não funcionam com um 9-to-5, pois a criatividade não tem horas. O actual capital humano quer trabalhar mas não da maneira tradicional.

Para as empresas, a produtividade é criar mais quantidade num determinado espaço de tempo. Para os jovens, a produtividade é criar mais qualidade no tempo que permite a melhor produção. A produtividade é sinónimo de flexibilidade de horários, pois nem todos atingimos o nosso potencial máximo às horas que nos pedem. Uns trabalham melhor de manhã, outros melhor de tarde, outros melhor de madrugada, uns melhor acompanhados, uns melhor sozinhos, uns melhor no escritório, uns melhor no café, uns melhor no bar de praia. Enquanto que para as empresas o importante é que o trabalho seja feito, para os jovens o importante é que o trabalho esteja feito, independentemente da hora e local a que seja realizado - se o trabalho precisa de estar pronto naquele dia, o trabalho estará pronto.

Esta mentalidade dos jovens não é uma simples rebeldia contra o sistema ou um capricho de quem é preguiçoso. É uma tendência que deve ser vista como uma oportunidade para empresas poderem potenciar capital humano criativo, motivado e de excelência, que pode produzir os seus melhores resultados se formados num ambiente que lhes permita ter alguma flexibilidade de planeamento e execução de tarefas - por outras palavras, o mercado de trabalho está a mudar e as empresas devem acompanhar essa mudança.

Assim, se trabalha com jovens e quer obter o melhor trabalho que eles possam produzir, dê-lhes trabalho e flexibilidade: seguramente eles iram acabar o trabalho e os bons profissionais vão colocá-lo no patamar que deseja. Basta dar o melhor solo, água e luz, que a flor irá desabrochar.

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