Sinto-me normal

by - 09:16

Imagine-se uma rotina normal:

Acordar às 7h da manhã, colocar o alarme para mais 5 minutos, sair da cama a contragosto, tomar um duche rápido, vestir, buscar o pequeno-almoço certamente para comer durante o caminho, lavar dentes, por maquilhagem, preparar a marmita e sair a correr para apanhar o autocarro ou o metro. Estar a caminho, colocar os phones, ouvir musica, ver uns vídeos, ver o feed do Instagram, chegar ao trabalho, ligar o chat do Facebook, ligar o email, responder a emails, fazer uns telefonemas, o chefe chega, falar com o chefe, ir para uma reunião, sair da reunião tarde, ir almoçar com os colegas, sair para ir tomar o cafezinho, voltar para a secretária, mandar emails, responder a emails, falar com aquela pessoa, desenhar aquele relatório, ser interrompido por um assunto urgente, acabar o relatório, ser hora de saída, ficar mais 20 minutos. Passar pelo supermercado, comprar o jantar, chegar a casa, arrumar as compras, fazer o jantar, preparar o almoço do dia seguinte, comer o jantar, sentar no sofá, ligar aos pais, ao namorado, aos amigos, ligar a televisão, ver um bocado das notícias, fazer 20 minutos de zapping a passar canal a canal, ver uma série, desligar a televisão, ir à casa de banho, lavar os dentes, preparar o próximo, vestir o pijama, meter uns cremes na cara, ler umas páginas de um livro, mexer uma última vez no telemóvel e ir dormir, pois é meia-noite e amanhã é só terça-feira.
Se fosse sexta-feira, ainda há um ou outro jantar de aniversário a ir, combinar ir beber um copo com os amigos, almoçar com os pais ao sábado, talvez ir correr um bocadinho no parque, tudo programazinhos que mesmo assim não ofuscam aquela sensação de ter uma vida normal.

É, parece que às vezes levo uma vida normal. A vida normal é melhor que a vida a sobreviver. Mas parece-me que não é vida. Não é uma vida com gosto, com prazer, com desafios, com oportunidades, com aquela stress de crescimento, sem aquela adrenalina de fazer coisas novas, sem aquela certeza de que estamos a caminhar.
Às vezes caio nesta rotina, na rotina de uma vida parada, sem sal, com os mesmos comportamento todos os dias. Sei que é mais fácil, ter tudo organizado e sempre o mesmo; dá jeito ter uma vida normal, pois é melhor do que muitas vezes que andam por aí.

MAS SERÁ QUE CHEGA?

Para mim, não. Eu quero mais. E o mais não quer dizer posses, como carros, casas, jactos, barcos. Ter uma vida diferente da normal é ter uma vida com mais mas com menos posses, com mais tempo, felicidade, confiança. Ter uma vida mais que normal é ter gosto e prazer de realmente se estar a viver. Quando me apercebo que estou na vida normal, é porque ja faço tudo, por fazer, e esqueço-me que nada está a contribuir para a minha felicidade, para o meu crescimento, para o meu prazer de viver e gozar a vida. Há dias em que me sinto apenas normal em vez de determinada, confiante, com garra.

Se alguma vez te sentiste assim, ou se te sentes assim todos os dias, PÁRA. Pára para pensar em ti, no queres, o que queres para a tua vida, o que estás a fazer a ti, aos teus, ao teu trabalho, à tua realidade. Ter uma vida normal é fácil, é bom, é confortável, mas não passa daí. É uma vida que não me interessa porque não tem interesse. Não chegar ao bom e querer ficar lá porque é bom. É querer ser melhor.

Porque a vida é para ser melhor que o dia anterior e não para ser boa todos os dias.

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