Seria perfeito que o negócio corresse exactamente como queríamos. Todas as semanas agendadas, todas as reuniões e followups pensados, todos os tempos livres para fazer determinadas formações, todas as conferências marcadas com presença sem sombra de dúvida.
Sabemos bem que não é nada assim, mas mesmo que fosse 70 ou 80% assim das vezes, as coisas corriam muito melhor.
Mas por vezes, a vida acontece.
Há uma filha que fica uma semana doente e temos de desmarcar tudo. E depois para remarcar todas as reuniões pode durar até semanas.
Há o avô doente no hospital e tiramos um fim-de-semana para fazer 200km e ir visitá-lo. E o tempo que passamos deprimidos com a situação não nos deixa num estado propriamente disponível para trabalhar.
Há uma reunião ao final do dia que é desmarcada e não sabemos quantos mais meses vão passar antes de ela realmente ocorrer. Talvez nunca mais poderemos ter aquele contacto.
Há uma encomenda que se atrasa e todo o processo planeado para a semana é interrompido.
Há os almoços de negócios que se prolongam e nos impedem de ir à conferência desejada.
Há a crise da família, o primo a separar-se, a doença, o acidente de carro, o seguro que não quer pagar.
Há tantas inevitabilidades da vida que nos chateiam e fazem-nos perceber que a vida não é só work work work e os sonhos acontecem. Há eventos que nos fazem parar e reflectir sobre o que fazemos todos os dias, o que queremos construir, que vida queremos ter. Há experiência que nos fazem ver o mundo de outra maneira. Há pessoas que conhecemos que mudam as nossas prioridades e o caminho altera-se e aparecem novos desafios, novos buracos, novos obstáculos.
E esses obstáculos acontecem de forma a mostrar que, por mais que lutemos por mais dinheiro e mais liberdade, o caminho só faz sentido se houver saúde e uma família.
De que vale chegarmos à meta sozinhos? De que vale sermos ricos se não temos saúde e vivemos em constante preocupação? De que vale viver a viajar o mundo se não temos alguém a quem contar as histórias?
Mais do que o dinheiro, o que nos deve motivar é termos mais tempo, para podermos ter mais saúde e passarmos mais tempo com a família.
No final da vida, vamo-nos lembrar da aventura que foi a carreira profissional e os múltiplos projectos que dizemos: mas vamo-nos lembrar ainda mais que conseguimos fazê-lo com o apoio e quem gostamos e com a oportunidade de vivermos mais tempo melhor tempo com eles.
2 comentários
Sem dúvida... A vida acontece todos os dias. Contratempos, obstáculos. Mas acredito que tudo serve para que consigamos dar a volta mais fortes. Depois as conquistas até sabem melhor :)
ResponderEliminarPor vezes os contratempos são frustrantes mas fazem parte da vida. E tal como disseste, os obstáculos até apimentam a nossa viagem e quando chegamos ao destino, as conquistas sabem BEM melhor ;)
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