Assinalar datas importantes é sempre aquele paradoxo: vou assinalar a data porque não posso deixar escapar a oportunidade ou vou ignorar o facto de estar toda a gente a celebrar, porque isto nem deveria ser celebrado porque deveria ser vivido todos os dias?
Emma Watson é mais do que uma jovem mulher: é atriz, graduada da Universidade de Brown e embaixadora das Nações Unidas, em favor das mulheres e do feminismo.
Ao lançar a sua campanha HeForShe em 2014, reforçando o papel que a comunidade masculina deve ter em defesa dos direitos universais e das mulheres, Emma tem feito vários discursos sobre a emancipação feminina, os direitos laborais, educacionais e sexuais como forma de despertar as consciências do mundo ocidental, africano e asiático para os abusos que mulheres em todo o mundo vivem.
Recentemente, Emma esteve no Canada, no One Young World summit, a falar da sua experiência como embaixadora da ONU, o sucesso da campanha e também as suas próprias considerações sobre a sua vida e a postura que como mulheres devemos adoptar.
Assim, a jovem atriz criou 7 regras para a sua vida que devemos seguir religiosamente para sermos mulheres confiantes, determinadas, livres e felizes.
Apesar de Emma ter dito que, a princípio, adoptar estes princípios "assustava-a" de morte, ela garante que é absolutamente necessário segui-los para ter a vida que sempre quis ter.
Aqui fica a lista:
1 - Estou disposta a ser vista;
2 - Estou disposta a falar;
3 - Estou disposta a continuar em frente;
4 - Estou disposta a ouvir o que outros têm a dizer;
5 - Estou disposta a continuar em frente, mesmo que sozinha;
6 - Estou disposta a ir para a cama todos os dias em paz comigo mesma;
7 - Estou disposta a ser a versão maior, melhor e mais poderosa de mim mesma.
Emma menciona que estas frases inspiradoras nem sempre são fáceis de aplicar no dia-a-dia, e que ela também falha muitas vezes em estar em paz consigo mesma. Mas ainda assim, sabe que se viver segundo estas verdades, irá viver de melhor maneira.
Às vezes os simples é o mais difícil de ser feito, que acham destas frases?
As mulheres estão definitivamente no mercado de trabalho há mais de 100 anos. Na altura da Primeira Guerra Mundial, os homens foram combater nas trincheiras e as mulheres começaram a ocupar os seus cargos e a ganhar mais relevo no mercado de trabalho.
Actualmente, já não me passa pela cabeça que as mulheres estejam impedidas de fazer o que seja, e por isso, choca-me quando vejo em alguns países em desenvolvimento proibirem raparigas de ir à escola, pois na minha realidade, uma mulher é capaz de fazer tudo aquilo que ela desejar e não há nenhuma profissão que lhe esteja vedada, por mais "masculinizada" possa parecer.
Contudo, o E-Konomista alertou-me para o facto de em alguns países ser MESMO PROIBIDO a mulheres terem determinadas profissões.
Por exemplo, em França, uma mulher não pode carregar pesos acima dos 25kg e no Dubai as mulheres não podem servir às mesas devido ao assédio que recebem dos clientes.
A lista ainda refere muitas profissões vedadas às mulheres muito por questões culturais, que defendem que uma senhora não pode ter certo tipo de funções pois é imoral.
De facto, posso entender um pouco de questões culturais mas elas não podem ultrapassar os direitos humanos - e a mulher como um ser humano e um ser social dotado de todas as capacidades cognitivas que a espécie humana tem, não devem ser impedidas de nada. Muito menos de poderem trabalhar onde quiserem e como quiserem.
A evolução da sociedade é feita aos poucos e no último milénio temos visto uma evolução a ocorrer quase à velocidade da luz. E por isso só posso esperar que estes "assuntos culturais" se resolvam, para que as raparigas possam ir à escola, para que as mulheres cheguem a mais lugares de topo, para que realmente tenhamos uma sociedade mais igualitária - porque todos ficamos a ganhar quando o ser humano sonha e realmente luta pelos seus objectivos, independentemente do género.
Ora é o homem mais rico do mundo, ora é o segundo, quando Bill Gates o ultrapassa, mas o magnata investidor Warren Buffet dispensa apresentações.
O homem mais sábido sobre investimentos financeiros não foi conhecido durante anos até os seus conhecimentos na troca de acções começarem a dar frutos e rapidamente foi considerado uma das pessoas mais inteligentes de todo o mundo. Muitos procuram os seus conselhos, a sua inteligência, a sua forma de estar calma, qual sábio para quem o mundo é claro.
Numa entrevista a uma membra da Smart Woman Securities, Buffet deu simples mas poderosos conselhos para mulheres que estão no início de carreira:
O primeiro tem a ver com a comunicação, em que o magnata defende que "se não se sabe comunicar, é como estar numa sala escura e piscar o olho a uma rapariga". Todos vivemos em sociedade e todos necessitamos de cooperar uns com os outros, no trabalho, em casa, na vida e por isso para nos entendermos temos de saber comunicar as nossas emoções e desejos de forma a não desrespeitar o outro. Comunicar é viver em sociedade!
O segundo tem a ver com o sucesso profissional e o estigma que muitas mulheres encontram nos seus locais de trabalho. Se sente que muitas vezes a tratam de forma condescendente ou sofre comentários sexistas, Buffet aconselha-a a ter confiança no seu trabalho - "o seu curriculum é o seu curriculum e ninguém pode questionar isso no seu trabalho". Aquilo que já conquistou é seu e ninguém pode tirar esses feitos de si.
O terceiro tem a ver com o multitasking que as mulheres sofrem há mais de cem anos. Como sentem que têm de provar o seu lugar no mundo do trabalho, as mulheres aceitam todo e qualquer desafio, passando por várias funções e cargos para provar que conseguem fazer tudo e qualquer coisa. Contudo, Buffet aconselha a focar-se apenas naquilo que é realmente boa e especializar-se nisso para se tornar a melhor de todas. Pode querer abrir outros horizontes mas investa naquilo que sente melhor aproveitamento das suas capacidades. Ao concentrar a sua atenção em apenas duas ou três competências poderá escalar a escada da empresa de forma mais rápida e bem sucedida.
O quarto tem a ver com o perfil de um bom profissional e aqui Buffet tem um lema bastante simples de entender. Enquanto a maioria das empresas quer ter profissionais energéticos, determinados, resilientes, proactivos, inteligentes e que trabalhem bem em equipa, o magnata reforça que a energia e a inteligência são valores importantes mas que sem integridade como valor mais alto, nenhuma pessoa se pode tornar um bom profissional. É o carácter e integridade que tornam a pessoa num profissional confiável e motivado a fazer um bom trabalho.
Assim, para jovens mulheres a iniciar carreira, para ter sucesso, devem-se focar em serem boas comunicadoras, trabalharem nos seus objectivos e celebrar as vitórias, focando nas suas paixões e tornando-se mestres num única área, para ao longo do tempo se tornarem grandes profissionais.
Ontem vi bastante mulheres a partilharem este artigo do Público nas suas páginas de Facebook. Abri-o logo de manhã mas só tive oportunidade de ler à hora de almoço.
Em dez pontos essenciais, tenho de tirar o chapéu à Alexandra Lucas Coelho, pois abordou muitos temas sobre o feminismo actual: o que é ser feminista, o que uma mulher tem de "aturar" hoje em dia numa sociedade actual só por ser mulher.
Para o ERRE, a mulher é um ser humano profissional capaz de reunir em si todas as competências necessárias para construir o seu futuro, independentemente da área que escolha, dos estudos que tenha, dos obstáculos que tem de enfrentar. Juntando a massa cinzenta com uma enorme determinação em concretizar objectivos, qualquer mulher consegue chegar onde quiser sem ter de ser mais ou menos mulher, mais ou menos masculina, mais ou menos independente, mais ou menos inteligente - e é exactamente por isso que esta crónica responde a muitas questões que as mulheres podem ter sobre si e a imagem que projectam para o mundo.
Aqui deixo a minha ideia preferida, que se encontra mais no final do texto:
A ideia de ter de escolher entre ser feminista e pintar as unhas ou receber flores, tudo isso me parecia uma ganga opressiva. Eu não queria a dama-de-ferro, a dona-de-casa, nem nenhuma outra gaveta, não queria pouco, como diz a canção do Caetano (falo de quantidade e intensidade / bomba de hidrogênio / luxo para todos). Queria ser o que me apetecesse, usar o que me apetecesse, dormir com quem me apetecesse, sem ninguém, feminista ou machista, vir ditar modelos, ou eu ter de encaixar. E continuo a querer, rapar o cabelo ou ser a rainha da Prússia. Nunca me deu para casar de branco, parece-me tão improvável quanto tatuar o corpo todo, mas acho lindo o branco e a tatuagem em quem quiser. Estamos vivas para todas as vidas.
O que é ser feminista em 2016? Lutar contra o abuso e para manter todas as possibilidades em aberto, casar com homem, com mulher, com deus, com ninguém ou mudar de sexo. Para que a única resposta quanto ao que fica bem a uma mulher seja: o que lhe der na real gana.
O Erre Grande é um espaço para se falar de trabalho, empreendedorismo, sucesso, desenvolvimento pessoal - é um espaço que serve para discutirmos ideias sobre o lugar do ser humano nesta vida, não só em termos profissionais, mas também em termos pessoais e de desenvolvimento pessoal.
Como sou mulher, as questões do feminismo e da igualdade de género despertam o meu interesse e quando leio algum artigo a alertar para a contínua disparidade de tratamento que existe entre homens e mulheres no mercado de trabalho quase que me "salta a tampa". Para mim, é essencial promovermos a igualdade de género, todos os dias, em todas as frentes, principalmente quando falamos de países desenvolvidos, onde se discutem assuntos sobre a liberdade individual e, aparentemente, este assunto ainda não está completamente "resolvido".
Recentemente li um artigo no Expresso sobre a forma como as instituições de ensino tratam rapazes e raparigas de forma distinta. A tese é bastante simples: quando um aluno tem boas notas, ele tem "talento", inteligência. Quando uma aluna tira boas notas, ela é "trabalhadora" e esforça-se bem.
Pela minha experiência, sempre fui boa aluna e isto acontecia porque estudava mas também porque tinha facilidade em aprender, em absorver informação, em relacionar conceitos, a ouvir e a explicar conhecimentos que eram pedidos nas aulas. A este meu "esforço" de saber mais e aprender mais eu chamo-lhe de inteligência - por isso eu sou boa aluna porque sou inteligente.
Ora por este estudo, isso não é bem assim: segundo esta amostra, esta sociedade vê-me a mim e às minhas amigas e colegas como mulheres trabalhadoras, esforçadas e que atingem bons resultados porque a nossa dedicação é fantástica. Como é que é possível vivermos numa sociedade que olha para um rapaz e acha que ele é um génio por natureza e olha para uma rapariga e acha que ela é um bom exemplo de como o bom trabalho compensa? Os homens também não precisam de trabalhar? As mulheres também não têm talentos naturais?
A partir destes estudos, gostava que as pessoas pensassem que com ou sem talentos, com ou sem inteligência, sem um objectivo claro e trabalho árduo, nenhum ser humano chega à excelência - e isso só tem a ver com o trabalho e não com o género.
Esperemos que isto seja mais um alerta de como estamos muito evoluidos mas que ainda precisamos de evoluir muito muito mais.