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Do Baú #1: Gostei de conversar contigo

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Nova rubrica: resgatar os textos do baú e publicá-los anos depois, para mostrar que o amor pela escrita já é muito antigo.
Vou-vos contar um segredo: eu já tive muitos blogues. Eu ainda tenho esses blogues para poder aceder. Eu ainda vou lá dar uma espreitadela para ler algumas coisas, para saber o que pensava quando tinha 15, 16 anos.

Posso dizer que muita coisa mudou (felizmente!) mas também posso dizer que há textos e ideias que me agradam. E para contrariar um pouco aquele sentimento de privacidade que todo o escritor iniciante tem, aquele sentimento de que não vai revelar os seus textos por vergonha da opinião dos outros, decidi criar aqui um espaço para postar coisas minhas que acho realmente interessantes.

Pode ser que eu já não concorde a 100% com muita coisa que escrevia, mas sem dúvida alguma que uma parte de mim está lá. E sinceramente gosto muito de ler coisas antigas para poder refletir sobre alguns pensamentos e poder ver que realmente há uma progressão no tempo - o que me dá a confiança para dizer que as coisas evoluem com o tempo e com o trabalho.

Assim partilho convosco este primeiro pedaço:

3 de abril de 2012
Gostei de conversar contigo, gosto de ti
Num dia-a-dia tão agitado como actual, cruzamo-nos e falamos com tantas pessoas que podem saber muito pouco ou nada sobre nós. A sua normalidade, formalidade, cordialidade criam em nós talvez uma frieza que retrai qualquer tipo de tentativa de aproximação. E, quando às vezes acabamos por nos aproximar das pessoas, é aí que as decepções aparecem, com a importância que damos aos outros quando os deixamos aproximarem-se de nós. As relações humanas são complicadas, fúteis, desinteressadas e falsas. No meio de tantas conversas e troca de impressões, nunca sabemos verdadeiramente quais são as intenções das pessoas em relação a nós. As conversas paralelas e os mexericos deixam-nos confusos e calculistas em relação ao outro. Tudo deveria ser mais simples, sincero, gostoso e pleno. No final de cada conversa, o quanto seria bom ouvirmos um "gostei de conversar contigo. Gosto de ti."? É algo pequeno, mas talvez suficiente para percebermos o que os outros esperam de nós e o que podemos significar para os mesmos. Os nossos amigos deveriam fazê-lo de vez em quando. Tudo se torna mais sincero, forte e transparente num mundo completamente negro e nebulado por intrigas e ciúmes. É unicamente um simples "gosto de ti" - honesto e vindo do fundo do coração.


Como vêem, já não sou tão cínica nem desesperada (na altura se não o fosse, não seria uma adolescente normal!!) mas há ali uma tentativa de ser boa, de ter um bom coração, de dar valor ao tempo que passamos com pessoas que têm boas conversas connosco.

E vocês? Têm alguns textos no baú que gostavam de partilhar? Digam-me!

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2 comentários

  1. Já fiz o mesmo uma ou duas vezes, e é tão bom. Adoro reciclar textos escritos há anos e dar-lhes uma nova roupagem, ou não.

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    Respostas
    1. Neste caso, não é uma reciclagem ;)
      Não alterei o texto, apenas o fui buscar para partilhar com mais pessoas. Reciclar texto não sou muito de fazer (acho que só o fiz 1 ou 2 vezes) mas é algo que posso experimentar :)

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