Falar com B é inspirador.
Falar com ele quando estou em baixo é como tomar Ben-u-ron para as dores. É um efeito imediato, a maneira como ele me puxa para cima quando começo a duvidar de tudo.



Foi assim pela milésima vez, numa segunda-feira, em que eu sabia que tinha coisas encravadas, e ele sabia que eu não estava bem, mas estava-me a custar começar a falar sobre tudo. Era só desabafar e eu sabia disso, mas não me estava a apetecer partilhar.

Enquanto falávamos sobre carreira e trabalho, ele disse:

"Acredito mesmo que quando definimos um objetivo, vão logo aparecer obstáculos. Parece que quando decidimos que queremos ir de A para B, a vida encarrega-se logo de nos colocar obstáculos. Temos um caminho recto e mandam-nos coisas para não andarmos em linha recta. E andamos umas vezes para um lado, outras vezes para o outro, sempre aos ziguezagues até chegarmos ao destino. E esses ziguezagues acontecem que é para realmente vermos se é isso que queremos. Porque se realmente queremos chegar lá, então vamos ter de lutar contra esses ziguezagues e continuar o nosso caminho até ao destino."

A maneira como entende que o caminho não é fácil, como sabe que as coisas demoram o seu tempo, como acredita que a determinação e o trabalho são tudo. Esta sabedoria pode parecer simples mas alguém pensar e verbalizar este tipo de visão da vida faz-me sentir feliz por saber que posso contar com as pessoas certas ao meu lado.

Muitas vezes sou impaciente porque canso-me de fazer tudo e não ver logo os resultados. Muitas vezes quero mudar de direcções porque o caminho está a custar mais do que o esperado. Mas ele diz-me constantemente para continuar. Diz-me para agarrar na carroça e virar para o caminho certo, não deixando que os ziguezagues me mandem abaixo.

Os ziguezagues apenas aparecem quando temos um objectivo muito grande para alcançar e por isso se estamos a sair do caminho certo, apenas temos de voltar até ele. Porque o que interessa é sabermos onde queremos ir, o resto vai com trabalho e tempo.